Leonardo Dias

O objetivo deste espaço é implementar a discussão acerca das atualidades de nosso país. Política, Economia e Futebol (Esporte Clube Bahia) serão os temas mais abordados. Por mais que possa não parecer, esses assuntos estão extremamante integrados. Confira! (05/09/2005)

Por que o Bahia deve jogar no Barradão ? (26/01/2008)


Temos que rever seriamente essa história de manter o mando de campo no estádio Jóia da Princesa. O estádio tem se apresentado como se fosse um campo neutro. Os ultimos resultados negativos ocorridos representam tropeços que não seriam toleráveis na Fonte Nova. Não devemos esquecer que o mando de campo é nosso. Portanto, estamos jogando jogando "em casa" sem o apoio da torcida.

O estádio Alberto Oliveira pode ser considerado “neutro”, na medida em que constatamos a ausência do torcedor do Bahia em Feira de Santana. È fato que os torcedores do Bahia não estão comparecendo. A torcida sempre campeã do Brasil em presença no estádio por diversas temporadas está órfã da Fonte Nova.

A elevação nos preços dos ingressos como um meio de retrair a demanda, juntamente com a distância de 110 km são variáveis explicativas ao pífio comparecimento da Torcida tricolor nessas primeiras rodadas. Partindo desse pressuposto, seria lógico acreditar que se o Bahia mandasse os jogos no estádio do Barradão, o comparecimento seria maior? a resposta é sim. Conscientemente, passamos a admitir a possibilidade de mandar os jogos no barradão quando consideramos as questões operacionais de um clube de futebol como fatores que se refletem dentro de campo.

Em relação as questões operacionais de um clube de futebol, devemos destacar que, há muito tempo que não é característica dos clubes do futebol brasileiro, a adoção da bilheteria como principal fonte de receita. Com o advento da profissionalização do futebol, as principais fontes de receita tem sido a venda de jogadores, cotas de televisão e de patrocínio (uniforme), publicidade, royalties, venda de direitos de imagem e receitas do clube social (piscina/academia/quadra entre outras). Segundo levantamento feito por estudiosos do tema, a receita de bilheteria representa apenas 7% da arrecadação média dos clubes profissionais brasileiros.

No Esporte Clube Bahia é diferente. O Bahia não se enquadra nessa estatística. Neste sentido, a torcida do Bahia representa mais um contraste em relação a qualquer outra do futebol brasileiro. Não é equivoco dizer que a torcida do Bahia sustenta o clube. Nos últimos anos, a principal fonte de receita do Esporte Clube Bahia tem sido sim as bilheterias, a presença de publico.

Fora da elite desde 2003, quando caiu para a serie B, o Bahia perde 80% da arrecadação das verbas de Televisão a que teria direito, e não para por aí. O problema é que além do prejuízo em relação às cotas de TV, um verdadeiro efeito cascata atinge toda cadeia de receitas do clube. Em função do arrefecimento da visibilidade, os potenciais patrocinadores se afastam, provocando redução nas receitas de publicidade. Os atletas revelados são vendidos por um valor muito abaixo do mercado da elite, pois tem os valores do direito de imagem que agregam ao valor do passe também reduzido em função da menor visibilidade. Dessa forma, o relativo “equilíbrio” nas contas do Esporte Clube Bahia como o pagamento de salários dos atletas e outros funcionários, só é explicado pela receita oriunda das bilheterias.

Neste sentido, O grande diferencial que é a torcida tricolor, também como fonte de arrecadação não pode ser desprezado como está sendo.

Apesar das infinitas restrições que temos ao Barradão, "lixão" como nós tricolores carinhosamente apelidamos o estádio que nos vai ser muito util, pelo menos até a conclusão da reforma de Pituaçu, o barradão se apresenta como um atenuante dos problemas mencionados acima. .

Em tempo, a Bamor já está cantando:

"Vamos torcer para o Bahia ser campeão, lá no lixão meu caldeirão..."